O Ministério do Desenvolvimento Regional concluiu uma etapa histórica, mas também retomou um compromisso que havia sido abandonado, retirando do papel três importantes obras que haviam sido negligenciadas e esquecidas anteriormente. No início, além dos Eixos Norte e Leste, o Projeto de Integração do Rio São Francisco previa também a construção dos ramais do Apodi, no Rio Grande do Norte, do Salgado, no Ceará, e do Agreste, em Pernambuco. As duas primeiras nunca tinham saído do papel e o Ramal do Agreste contava com apenas 1% de execução.
O ramal conta com dois reservatórios (Negros e Ipojuca) e cinco aquedutos e sifões, que compreendem 3,2 quilômetros. Além disso, foi instalada uma estação elevatória, além de 16 quilômetros de túneis e uma adutora.
A obra estava prevista em 2004, mas acabou sendo excluída do projeto. Apenas em 2021 o compromisso foi retomado e a obra saiu do papel. As águas serão transportadas a partir da estrutura de controle do Reservatório de Caiçara, na Paraíba, até o Reservatório Angicos, no Rio Grande do Norte.
Além disso, o Governo Federal lançou edital para construção do Ramal do Salgado, no Ceará, outra promessa que havia sido abandonada ao longo dos anos.
Com investimentos federais de R$ 600 milhões, a estrutura vai beneficiar 4,7 milhões de pessoas em 54 cidades do estado. Fundamental para a segurança hídrica da região, o ramal tem 34,3 quilômetros de extensão e será responsável pelo transporte de água desde o Ramal do Apodi, na Paraíba, até o leito do Rio Salgado, ampliando a capacidade de entrega de água para Ceará. Serão construídos uma estrutura de controle, 13 segmentos de canal, três aquedutos, um sifão, oito rápidos e um túnel.
Há uma narrativa que é repetida com insistência por governos anteriores, que tentam diminuir a importância do que fizemos. Encontramos muitos problemas que tivemos de resolver. Desde a necessidade da revitalização das bacias hidrográficas até o fato de que existe uma série de obras acessórias que parece que foram esquecidas de uma forma muito conveniente. Não adianta você ter dois eixos principais se não tiver adutoras e canais que permitam que a água chegue às populações que efetivamente precisam”
O projeto original, com os ramais do Agreste, Salgado e Apodi, previa 699 quilômetros de canal, e não 477 quilômetros, como é comumente anunciado”, resalta.
Em junho de 2020, as águas da transposição chegaram pela primeira vez ao Ceará, enchendo inicialmente o Reservatório de Jati. Já em março de 2021, o recurso hídrico chegou ao Reservatório Castanhão, possibilitando o abastecimento de 4 milhões de pessoas na Região Metropolitana de Fortaleza e evitando que o estado entrasse em colapso hídrico.
Na Paraíba, as águas do Eixo Norte chegaram em outubro de 2021 e já enchem importantes reservatórios, como Boa Vista, Caiçara, Engenheiro Avidos e São Gonçalo. De lá, descem até o Rio Grande do Norte, aonde já chegam, desde fevereiro de 2022, às barragens de Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu, e Oiticica, em Jucurutu.
Foi este Governo que deu operacionalidade ao Projeto São Francisco. Quando assumimos, pouco mais de 30% das estruturas do Eixo Norte estavam em funcionamento. Tinha muita coisa construída, sem uso, se deteriorando. Hoje, podemos dizer que 100% dos dois eixos (Norte e Leste) estão operacionais e que as águas do São Francisco finalmente chegaram aonde já deveriam estar há muito tempo”,
Muito mais do que garantir água para consumo humano e animal, a transposição possibilita controle de cheias, produção agrícola irrigada e geração de energia – é água que possibilita a instalação de indústrias e o desenvolvimento social e econômico. E com os eixos Norte e Leste da transposição concluídos, além do Ramal do Agreste, o compromisso do Governo Federal é levar as águas do São Francisco ainda mais longe, garantindo segurança hídrica e oportunidades para ainda mais pessoas.