O Projeto original

O Ministério do Desenvolvimento Regional concluiu uma etapa histórica, mas também retomou um compromisso que havia sido abandonado, retirando do papel três importantes obras que haviam sido negligenciadas e esquecidas anteriormente. No início, além dos Eixos Norte e Leste, o Projeto de Integração do Rio São Francisco previa também a construção dos ramais do Apodi, no Rio Grande do Norte, do Salgado, no Ceará, e do Agreste, em Pernambuco. As duas primeiras nunca tinham saído do papel e o Ramal do Agreste contava com apenas 1% de execução.

Maior obra hídrica do estado de Pernambuco, o Ramal do Agreste, que recebeu investimentos de R$ 1,6 bilhão, foi concluída em outubro de 2021 e vai garantir segurança hídrica a mais de 2,2 milhões de pessoas em 68 municípios pernambucanos. A estrutura vai distribuir a água do Eixo Leste em 70,8 quilômetros de extensão, sendo 42 quilômetros de canais que cruzam os municípios de Sertânia e Arcoverde.

O ramal conta com dois reservatórios (Negros e Ipojuca) e cinco aquedutos e sifões, que compreendem 3,2 quilômetros. Além disso, foi instalada uma estação elevatória, além de 16 quilômetros de túneis e uma adutora.

O MDR também iniciou as obras do Ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte. A estrutura vai levar as águas do Eixo Norte do Projeto São Francisco a 54 municípios potiguares, 32 da Paraíba e nove do Ceará, beneficiando 750 mil pessoas. O investimento federal é de R$ 938,5 milhões.

A obra estava prevista em 2004, mas acabou sendo excluída do projeto. Apenas em 2021 o compromisso foi retomado e a obra saiu do papel. As águas serão transportadas a partir da estrutura de controle do Reservatório de Caiçara, na Paraíba, até o Reservatório Angicos, no Rio Grande do Norte.

Além disso, o Governo Federal lançou edital para construção do Ramal do Salgado, no Ceará, outra promessa que havia sido abandonada ao longo dos anos.

Com investimentos federais de R$ 600 milhões, a estrutura vai beneficiar 4,7 milhões de pessoas em 54 cidades do estado. Fundamental para a segurança hídrica da região, o ramal tem 34,3 quilômetros de extensão e será responsável pelo transporte de água desde o Ramal do Apodi, na Paraíba, até o leito do Rio Salgado, ampliando a capacidade de entrega de água para Ceará. Serão construídos uma estrutura de controle, 13 segmentos de canal, três aquedutos, um sifão, oito rápidos e um túnel.

Há uma narrativa que é repetida com insistência por governos anteriores, que tentam diminuir a importância do que fizemos. Encontramos muitos problemas que tivemos de resolver. Desde a necessidade da revitalização das bacias hidrográficas até o fato de que existe uma série de obras acessórias que parece que foram esquecidas de uma forma muito conveniente. Não adianta você ter dois eixos principais se não tiver adutoras e canais que permitam que a água chegue às populações que efetivamente precisam”

destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

O projeto original, com os ramais do Agreste, Salgado e Apodi, previa 699 quilômetros de canal, e não 477 quilômetros, como é comumente anunciado”, resalta.

Operacionalização

Em 2019, 31,54% da estrutura do Eixo Norte estava em funcionamento e apenas o estado de Pernambuco era atendido.

Hoje, esse percentual é de 100% e as águas desse trecho da transposição já chegam ao Ceará, à Paraíba e ao Rio Grande do Norte.

Em junho de 2020, as águas da transposição chegaram pela primeira vez ao Ceará, enchendo inicialmente o Reservatório de Jati. Já em março de 2021, o recurso hídrico chegou ao Reservatório Castanhão, possibilitando o abastecimento de 4 milhões de pessoas na Região Metropolitana de Fortaleza e evitando que o estado entrasse em colapso hídrico.

Na Paraíba, as águas do Eixo Norte chegaram em outubro de 2021 e já enchem importantes reservatórios, como Boa Vista, Caiçara, Engenheiro Avidos e São Gonçalo. De lá, descem até o Rio Grande do Norte, aonde já chegam, desde fevereiro de 2022, às barragens de Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu, e Oiticica, em Jucurutu.

Hoje, após quase 16 anos desde o seu início, as obras dos Eixos Leste e Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco estão concluídas, com a entrega de 100% das obras físicas do último trecho do Eixo Norte. 

Com isso, mais de 12 milhões de pessoas serão contempladas em 390 municípios do Nordeste. Quando todas as obras acessórias e complementares estiverem concluídas, mais de 16,47 milhões de brasileiros, de 565 municípios de sete estados nordestinos, serão beneficiados.

Foi este Governo que deu operacionalidade ao Projeto São Francisco. Quando assumimos, pouco mais de 30% das estruturas do Eixo Norte estavam em funcionamento. Tinha muita coisa construída, sem uso, se deteriorando. Hoje, podemos dizer que 100% dos dois eixos (Norte e Leste) estão operacionais e que as águas do São Francisco finalmente chegaram aonde já deveriam estar há muito tempo”,

afirma o ministro Rogério Marinho.

Muito mais do que garantir água para consumo humano e animal, a transposição possibilita controle de cheias, produção agrícola irrigada e geração de energia – é água que possibilita a instalação de indústrias e o desenvolvimento social e econômico. E com os eixos Norte e Leste da transposição concluídos, além do Ramal do Agreste, o compromisso do Governo Federal é levar as águas do São Francisco ainda mais longe, garantindo segurança hídrica e oportunidades para ainda mais pessoas.