O sonho de garantir água em quantidade e qualidade para a população do semiárido nordestino começou com Dom Pedro II, mas só agora vai virar realidade. Após quase 16 anos do início das obras, os eixos Leste e Norte da transposição do Rio São Francisco estão concluídos, beneficiando cerca de 12 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Alcançar essa meta não foi fácil. Muitas estruturas estavam abandonadas, com obras paradas ou esquecidas. O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), não mediu esforços para resolver os problemas, corrigir erros estruturais, recuperar e retomar obras e garantir que a água chegue a quem mais precisa.
Em apenas três anos, foram aportados quase 25% de total investido nas obras, possibilitando que as águas do São Francisco pudessem chegar, pela primeira vez, ao Ceará e ao Rio Grande do Norte – foram cerca de R$ 3,49 bilhões no período de três anos. Isso representa uma média anual de R$ 1,16 bilhão, a maior entre todas as gestões do Governo Federal.
Além de enfrentar os desafios e destravar a conclusão do Eixo Norte, o MDR iniciou um novo ciclo, retomando o projeto original da transposição e, com isso, um compromisso feito lá atrás com o povo de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Saiba mais sobre a transposição do Rio São Francisco e o trabalho que vem sendo feito pelo Governo Federal para levar água para a população nordestina que historicamente sofre com a seca.
A ideia de levar a água do Rio São Francisco para aliviar o sofrimento dos sertanejos vem dos tempos do império. Ao longo desses quase 200 anos, foram várias as tentativas de tirar a obra do papel. O projeto atual da transposição do Rio São Francisco foi iniciado em 2007, quando o então Ministério da Integração Nacional realizou a licitação da obra apenas com o Projeto Básico. A construção começou em 2008, com promessa de conclusão em 2012.
No entanto, as obras passaram por diversas paralisações, em decorrência da ineficiência do processo de planejamento à época e de denúncias de corrupção, que geraram atrasos, paralisações e aumento no custo.
Nesse período, as obras físicas necessárias para o caminho das águas no Eixo Leste estavam concluídas, mas ainda restavam serviços complementares essenciais para a operação.
Foi realizada, por exemplo, a manutenção e substituição das válvulas de bombeamento do sistema adutor (Estações de Bombeamento 2 e 3), o que possibilitou a entrada em operação de dois conjuntos de motobomba. Também foi recuperado o dique 1217, no Reservatório Negreiros, e reconstruído trecho de 1 km no canal 1219, em Pernambuco. Sem essas ações, os canais e demais estruturas à jusante (no sentido da foz) não poderiam ser operadas, o que inviabilizaria a chegada das águas do Eixo Norte do Projeto São Francisco ao Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Outras obras importantes que haviam sido negligenciadas anteriormente foram a impermeabilização de aquedutos do trecho II do Eixo Norte, entre os Reservatórios de Jati, no Ceará, e Engenheiro Avidos, na Paraíba, e a construção de um novo dique no Reservatório Milagres, em Pernambuco.
Em apenas três anos, R$ 3,49 bilhões foram investidos no Projeto de Integração do Rio São Francisco pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e seus órgãos vinculados - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Este montante corresponde a 23,94% de tudo o que foi desembolsado na transposição desde 2008. A média anual de repasse de 2019 a 2021 foi de mais de R$ 1,16 bilhão, a maior entre todas as gestões do Governo Federal.