As águas do São Francisco chegando mais longe

Além dos eixos Leste e Norte da transposição e do Ramal do Agreste Pernambucano, cerca de 3 mil quilômetros de canais e adutoras também foram, estão ou serão construídos pelo Governo Federal para levar água ao semiárido nordestino.

Além dos quatro estados originais da transposição (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte), essas estruturas vão ainda mais longe, atendendo outros estados da região, como Alagoas, Sergipe e Bahia.

No Ceará, o MDR investiu, desde 2019, R$ 264,6 milhões nas obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Foram concluídas obras de canais, sifões, túneis e estruturas complementares. Com conclusão prevista para dezembro de 2022, a estrutura tem o objetivo de garantir o abastecimento de água na Região Metropolitana de Fortaleza. Além disso, vai beneficiar mais de 4 milhões de pessoas da capital cearense e de 24 cidades localizadas entre a Barragem de Jati e a Travessia do Rio Cariús.

Na Paraíba, R$ 207,8 milhões foram repassados desde o início da atual gestão para a conclusão das obras das Vertentes Litorâneas. Do trecho atualmente finalizado, que corresponde a 82,1 quilômetros, 48,9 quilômetros, ou 59,56% do total, foram construídos desde 2019.

A estrutura vai beneficiar 37 municípios paraibanos. Além do fornecimento de água para consumo humano, o empreendimento apoiará o desenvolvimento regional, especialmente para a agricultura irrigada, a pecuária e a indústria local.

Também na Paraíba, o MDR, por meio do Dnocs, está revisando o projeto básico e elaborando o projeto executivo do Ramal do Piancó. A estrutura, que terá 38,7 quilômetros de extensão, vai beneficiar 37 municípios paraibanos com a garantia do acesso à água.

Já em Pernambuco, o Governo Federal avançou com a Adutora do Agreste, garantindo, desde 2019, mais de R$ 268,2 milhões para a continuidade das obras. Foram 145 quilômetros construídos desde então para levar água aos pernambucanos. A adutora vai dar funcionalidade ao Ramal do Agreste. A primeira etapa tem previsão para ser entregue em junho de 2022 e atenderá 1,3 milhão de pessoas em 23 municípios do estado.

No Rio Grande do Norte, o MDR deu início a um importante empreendimento, o Sistema Seridó. Já estão sendo produzidos o projeto executivo e estudos complementares necessários para o começo das obras.

A estrutura vai abastecer cerca de 280 mil pessoas em 24 municípios potiguares. A estimativa é de que sejam investidos cerca de R$ 280,6 milhões para a construção de mais de 330 quilômetros de canais adutores, estações de bombeamento e de tratamento e pontos de captação de água.

O Governo Federal também garantiu recursos para as obras da Barragem de Oiticica. Desde 2019, foram repassados R$ 300 milhões pelo MDR, por meio do Dnocs, para a continuidade das obras. Porta de entrada das águas do Rio São Francisco no Rio Grande do Norte, a estrutura vai atender cerca de 330 mil pessoas de oito cidade potiguares, além de contribuir com o controle das cheias na região e permitir uma ampliação de até 10 mil hectares da área irrigada da Bacia de Piranhas-Açu.

No estado de Alagoas, o Governo Federal concluiu e entregou o quarto trecho do Canal do Sertão Alagoano. Localizada no município de São José da Tapera, a estrutura vai abastecer mais de 113,4 mil pessoas que vivem na região. Desde o início da atual gestão, foram repassados mais de R$ 178,1 milhões para que a obra pudesse ser finalizada. Somado às etapas anteriores (I a III), 341 mil pessoas passam a ser atendidas pelo Canal do Sertão Alagoano.

Já na Bahia, o MDR selecionou empresa para a elaboração de estudos ambientais e projeto básico para a construção do Canal do Sertão Baiano. A obra, que será executada pela Codevasf, vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas em 44 cidades do interior do estado.

O investimento do Governo Federal no projeto básico do Canal do Sertão Baiano será de R$ 19 milhões. A infraestrutura hídrica como um todo está orçada em R$ 4,62 bilhões e servirá para garantir o abastecimento de água para consumo humano, industrial e de animais, além de permitir o desenvolvimento de cadeias produtivas como a da mineração e a agrícola, por meio do uso de técnicas de irrigação.

Com a construção do Canal do Sertão Baiano, as águas do Rio São Francisco também vão auxiliar na perenização de bacias hidrográficas dos Rios Itapecuru e Jacuípe, localizadas em regiões da Bahia com elevada escassez hídrica.

No percurso, também serão atendidas as bacias dos Rios Tatauí, Salitre, Tourão/Poção e Vaza-Barris.

Além disso, o MDR lançou edital para contratação de obras e serviços de engenharia para a primeira etapa do lote 1 do Canal do Xingó, que inclui obra civil de captação e construção de túnel.

A fase I foi subdividida nos lotes I e II e está localizada nos municípios de Paulo Afonso (BA), Santa Brígida (BA), Canindé do São Francisco (SE) e Poço Redondo (SE). O lote I está com o projeto executivo em elaboração, do qual foi concluído e aprovado o projeto executivo da etapa I (captação e túnel – 0 a 2,5 Km). O projeto executivo da etapa II está em elaboração. O investimento federal nessa fase (etapa I) é de cerca de R$ 93,2 milhões.

A fase I completa, que inclui os lotes I e II, começa na captação de água no reservatório de Paulo Afonso IV, na Usina Hidrelétrica da Chesf, e tem extensão de 113,3 quilômetros. A estrutura irá abastecer cerca de 100 mil habitantes, beneficiar os povoados e assentamentos locais, além de garantir o funcionamento dos modelos produtivos e perímetros irrigados da região. O valor total do investimento nessa fase é de R$ 607 milhões.

Com essas obras totalmente concluídas, mais de 16,47 milhões de brasileiros, de 565 municípios de sete estados nordestinos, serão beneficiados.